Mãos desgarradas me prendem em mim,
Fustiga-me a alma ferindo-me assaz,
Arranha minha pele fazendo-a carmim,
Perdido, meu ego precisa de paz.
Fingindo conforto, procuro uma pausa,
Fastio do vazio que cerca meu eu,
Ordeno meu rumo buscando a causa
Do caos que escurece minha vida num breu.
De início pareço um mero espectador,
Mas logo percebo que protagonizo,
Cenas de drama dignas de ator,
Num sonho parece que me falta o juízo,
De olhos cerrados custo a decifrar
Se é sonho ou real o que eu vi se passar.
Valter Pereira |