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 | Poesias-->Ai, Ai, Ai... Nove fora = Nada!... -- 06/03/2007 - 19:16 (António Torre da Guia)  | 
	
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993300>MINHA CARTILHA DE APRENDIZ
 
 
  João de Deus, primeiro sinal
  Guerra Junqueiro, o decisivo
  Florbela Espanca, foi motivo
  Bocage, o dilecto jogral
  José Régio, de bem-e-mal 
  Fernando Pessoa, o infinito
  Luís de Camões, o erudito
  António Aleixo... Portugal!...
 
 
  993300 size=5>Ai, Ai, Ai... Nove fora = Nada!...
 
 
 
  
 
 
 
 993300>Ai João
  onde estava o teu Deus
  para estares também?... | 993300>A VIDA
 
 
  A vida é o dia de hoje,
  a vida é ai que mal soa,
  a vida é sombra que foge,
  a vida é  nuvem que voa...
  A vida é sonho tão leve
  e como o fumo se esvai...
  A vida dura um momento
  mais leve que o pensamento,
  a vida leva-a o vento,
  a vida é folha que cai... |  
 
 
 
 
  
 
 
 
 993300>Ai Junqueiro
  da Guerra do mundo
  fechada numa asa... | 993300>REGRESSO AO LAR
 
 
  Ai, há quantos anos que eu parti chorando 
  deste meu saudoso, carinhoso lar!... 
  Foi há vinte? Há trinta? Nem eu sei já quando! 
  Minha velha ama, que me estás fitando, 
  canta-me cantigas para me eu lembrar!...
 
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 993300>Ai Florbela
  poetisa Espanca
  de todos os amores... | 993300>MAIS ALTO
 
 
  Mais alto, sim! Mais alto, mais além
  Do sonho, onde morar a dor da vida,
  Até sair de mim! Ser a Perdida,
  A que se não encontra! Aquela a quem
 
 
  O mundo nao conhece por alguém!
  Ser orgulho, ser águia na subida,
  Até chegar a ser, entontecida,
  Aquela que sonhou o meu desdém!
 
 
  Mais alto, sim! Mais alto! A intangível
  Turris Ebúrnea erguida nos espaços,
  A rutilante luz dum impossível!
 
 
  Mais alto, sim! Mais alto! Onde couber
  O mal da vida dentro dos meus braços,
  Dos meus divinos braços de mulher!
 
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 993300>Ai Bocage
  já rio, Zé-Maria, a sério
  e choro dia a dia... | 993300>O CIÚME
 
 
  Entre as tartáreas forjas, sempre acesas,
  Jaz aos pés do tremendo, estígio nume,
  O carrancudo, o rábido ciúme,
  Ensanguentadas as corruptas presas.
 
 
  Traçando o plano de cruéis empresas,
  Fervendo em ondas de sulfúreo lume,
  Vibra das fauces o letal cardume
  De hórridos males, de hórridas tristezas.
 
 
  Pelas terríveis fúrias instigado,
  Lá sai do Inferno, e para mim se avança
  O negro monstro, de áspides toucado.
 
 
  Olhos em brasa de revés me lança.; 
  Oh dor! Oh raiva! Oh morte!... Ei-lo a meu lado Ferrando as garras na vipérea trança.
 
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 993300>Ai José
  do Régio impulso
  para além da alma... | 993300>CÂNTICO NEGRO
 
 
  " - Vem por aqui..."
  Dizem-me alguns com os olhos doces
  Estendendo-me os braços, e seguros
  De que seria bom que eu os ouvisse
  Quando me dizem: "vem por aqui!"
  Eu olho-os com olhos lassos,
  (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
  E cruzo os braços,
  E nunca vou por ali...
  A minha glória é esta:
  Criar desumanidades!
  Não acompanhar ninguém. |  
 
 
 
 
  
 
 
 
 993300>Ai Fernando
  das pessoas Pessoa
  sentindo por todas... | 993300>TALVEZ O ÚLTIMO DIA...
 
 
  É talvez o último dia da minha vida.
  Saudei o Sol, levantando a mão direita,
  Mas não o saudei, dizendo-lhe adeus,
  Fiz sinal de gostar de o ver antes: mais nada.
 
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 993300>Aí Luís
  de Camões meio-cego
  a visual inteiro... | 993300>AMOR É FOGO QUE ARDE SEM SE VER
 
 
  Amor é fogo que arde sem se ver.; 
  É ferida que dói e não se sente.; 
  É um contentamento descontente.; 
  É dor que desatina sem doer.; 
 
 
  É um não querer mais que bem querer.; 
  É solitário andar por entre a gente.; 
  É nunca contentar-se de contente.; 
  É cuidar que se ganha em se perder.; 
 
 
  É querer estar preso por vontade.; 
  É servir a quem vence, o vencedor.; 
  É ter com quem nos mata lealdade.
 
 
  Mas como causar pode seu favor
  Nos corações humanos amizade,
  Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
 
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 993300>Ai António
  na morte Aleixo
  num salto da vida... | 993300>VIAGEM
 
 
  A vida é uma ribeira,
  caí nela, infelizmente,
  e hoje vou queira ou não queira
  aos trambolhões na corrente. |  
 
 
 
 
  
 
 
  993300 size=4>Eu era nada, simplesmente nada
  e em face do nada, nada posso...
  Tudo quanto sou já cá estava
  e por isso também tudo é vosso!...
 
 
  António Torre da Guia
  Portugal - Porto
 
 
 
   
  Ernesto Cortazar ao piano em "Waintin for You"  |  
 
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