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Poesias-->Santuário -- 08/01/2007 - 23:18 (Silvio Guerini) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


E o momento que foge pelos dedos!

O dinheiro que já acabou!

Este pânico aflorando meus medos!

Este sinal que já fechou!



E esta porta que não abre!

O nó da gravata que me aperta!

Esta manta que não me cobre!

Este maldito relógio que desperta!



E o jornal que é só desgraça!

A TV que é só mentira

Este vidro que só embaça!

Este governo que atiça minha ira!



E o fim que nunca termina!

O começo que nunca anda!

Esta mosca que me azucrina!

Este creme que no fim desanda!



E o remédio que não me cura!

A frescura que me irrita!

Esta pilha que não dura!

Oh! Bendita vida maldita!



E só agora... quando o dia chega ao fim!

Quando vejo, então, o sol se por

é quando agora penso em mim

e no teu sentimento raptor!



Sentimento que meu coração acalma

que minh’alma nele se alimenta

que pacifica todo trauma

que o dia todo experimenta!



Sentimento que meu coração acelera!

que nem espera na sua agonia

como o botão que vê na primavera

seu momento maior de ousadia!



Sentimento que meu coração aquece!

e nem parece, então

como se fosse o brilho de uma prece

no fervor da devoção...

ter meu medos pelo teu olhar iluminado

na tua pele o começo do meu prazer

no teu cheiro onde me vicio resignado

no teu coração... onde só quero viver



ter meus sonhos no teu colo a sina

nos teus braços o fim do meu calvário

na tua boca onde meu desejo termina

e no teu coração... o meu eterno santuário...





Silvio Guerini

12 de maio de 2006, 20h18

guerinis@uol.com.br

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