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Poesias-->POEMA INTRÍNSECO -- 18/01/2001 - 15:46 (Antenor Ferreira Junior) |
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Queria compor um verso.
Que não falasse de dor.
Que tivesse o brilho da paz.
Com palavras falando de amor.
Que fossem brancas como a lua.
...Mas como falar em versos.
E como pensar em paz.
Se há crianças morrendo na rua.
Queria compor um verso.
Onde não houvesse tristeza
Um verso que falasse em preces.
Que mostrasse as cores da beleza.
De um pôr-do-sol no horizonte.
...Mas como fazer poesia.
Se hoje, como nos outros dias.
Morre gente debaixo das pontes
Queria compor mil versos.
Fazer rimas, trovas e canções
Olhar para esse mundo imerso.
Envolto em tantas aflições.
E pinta-lo de cores claras.
Quem sabe mudar o seu nome.
...Mas como pode ser isso tudo.
Se neste mundo infeliz.
Há pequenos morrendo de fome
Queria contar as estrelas.
Olhar para frente sem medo.
Saber que o amanhã viria.
Sem ao menos conter um segredo.
Ver o sol nascer brilhante.
Num céu limpo de verão.
...Mas como olhar para frente.
Querer ver um sol contente.
Se logo ali bem atrás
Sofre triste um irmão.
Mas saio a fazer poesia.
Esqueço um pouco esta dor.
Penso só em alegria.
E venho falar de amor.
Escrevo por linhas felizes.
O que sinto e o que posso fazer.
...Pois quem sabe a tristeza termina.
E a vida renasça das cinzas.
Como outrora foi em Hiroshima.
Para um novo e eterno amanhecer.
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