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 | Poesias-->BEIJA-FLOR DE MIM -- 13/05/2004 - 18:46 (Lílian Maial) |  |  |  |  |  |
 | BEIJA-FLOR DE MIM 
 Lílian Maial
 
 
 
 
 
 
 
 Em que pese a gravidade e o tempo,
 
 As chuvas, o vento, o predador,
 
 O beija-flor paira no ar e busca, na flor,
 
 Sua beleza, seu amor, seu alimento.
 
 
 
 
 
 Não há solo firme, não há promessas, não há amanhã,
 
 Apenas a necessidade instantânea de vida
 
 E nesse desprendimento, pela estrada mais florida,
 
 Voa frenético em sua certeza vã.
 
 
 
 
 
 Não consegue parar de bater as asas
 
 Precisa delas para seguir a viver
 
 E como eu, entre rosas e espinhos morrer
 
 Ou deixar acesa pra sempre a brasa.
 
 
 
 
 
 Não teme, o beija-flor, o maior perigo
 
 Por não conhecer, de pronto, quem o rodeia
 
 E dentro da bela flor de onde suga a seiva
 
 Encontra também o veneno e o castigo.
 
 
 
 
 
 Voa livre, beija-flor, na primavera
 
 Vai de encontro ao sol e à eternidade
 
 Não dê margem à cobiça ou à maldade
 
 Cubra-se de céu nessa longa espera.
 
 
 
 
 
 Em seu bico, o doce e o amargo
 
 Em seu corpo, as penas, furta-cor
 
 Em seus olhos, a verdade e a dor
 
 Em seu caminho, a leveza e o fardo
 
 
 
 
 
 Suga, beija-flor, tudo o que pode
 
 Leva a graça, a alegria, a luz, a cor
 
 E partilha a ambigüidade desse amor
 
 Que aqui torço por nós e nossa sorte.
 
 
 
 
 
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 Do livro "Enfim, renasci!" - Ed Impetus
 
 jul/2000
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