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Poesias-->Extravagância neoclássica -- 16/09/2006 - 12:28 (E.L. Kamitani) |
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Extravagância neoclássica
Fui na padaria comprar um Prêmio Nobel.
Extravagante, mergulhei numa tina de café
Numa barafunda sem nexo de papéis mofados.
Dia de injustiças: cadáveres sob jornais molhados
Estampam as ruas de desprezo. Lanternas que iluminam
Corações sórdidos, bocas tépidas, rumo ao porvir
De tempos infelizes.
Faces do império do desespero: plagas e pragas
De pessoas condenadas, oitenta por cento carne,
Oitenta por cento sangue, oitenta por cento cimento.
O dia amanheceu cinzento. Já não posso mais rir.
Nem chorar. Nem gritar.
Apenas CORRER
CORRER CORRER
INFINITAMENTE
Hoje amanhã agora nunca
É só a necessidade de saber o que ocorre de verdade.
Meus sentidos não prevalecem mesmo no lugar onde todas as desesperanças
Incorrem.
Hoje morre o tempo. Amanhã, os sentidos.
Um dia os pensamentos.
Haverei de te esquecer.
Haverei de morrer um dia.
Pálidos pretextos de um sujeito que vive de épocas pretéritas.
Mago pútrido.
(Eder Luis Tomokazu Kamitani)
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