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Poesias-->O arlequim irônico -- 16/09/2006 - 11:00 (E.L. Kamitani) |
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O arlequim irônico
Chame-me para almoçar em casa
Quando decapitarem o presidente
E me passarem a faixa.
Tragam-me um cálice de sangue envenenado
E despejem no terno destes comparsas pútridos,
Farsantes imorais que sorriem amarelo
Nas páginas dos jornais,
Nos cartazes de “Procura-se: Vivo ou morto”...
Tudo é intriga da oposição? Ou toda essa lama é verídica?
Diga ao exército de mercenários que o dinheiro acabou.
Hoje não haverá merenda. Eu acordei tão feliz hoje
Porque não precisei fazer gestos nazistas, narcisistas, otimistas,
Hoje estou tão contente: é um dia para não ser vivido, mas
Sim congelado,
Entre restos de um banquete, criogenicamente conservado,
Entre latas de cerveja belga, entre vísceras bovinas.
Passarei a porta da tua casa, e assoviarei feito um corvo a sua janela.
Eu sou amarelo e cinza, a inefável contradição da lógica,
Fleumático. Brisa sem movimento. Atol distante sem pássaros.
Hoje o dia é para ser esquecido. Musa infiel, me chame para jantar,
Quando baixares a cortina.
Vou sapatear no teu telhado.
Vou arrombar as portas do teu coração.
Eu sou o inseto
Que vai afetar
O seu intelecto.
(Eder Luis Tomokazu Kamitani)
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