Encurta a respiração
Peito pequeno
Pulmão sangrento
Garganta rubra da infecta bactéria
Olhos inchados, úmidos,
E espirros
Seguidos.
Surge o corpo da sua longa hibernação.
Ah sim! Parece que é a morte que chega perto!
Mas é a vida...
Eu sei que estou vivo
Quando me perco no desejo
Da vacilante vida.
E até feliz eu fico
Quando o catarro envolvido
Do purulento sangue
Enche minha boca
Com uma tosse em infernal repetição.
Eu suplico que bata coração!
Eu te sinto no peito finalmente!
Ai, que chega minhas doses cavalares de morte...
Esse ungüento verde, de verde morte,
Esquentado minhas costas
E o xarope amargo
Esfriando meu corpo,
E lentamente vai sumindo meu pulmão,
Vai se escondendo meu coração,
E meu sangue, antes fugitivo da lei monótona da circulação,
É cárcere, punido a trabalhos forçados...
Eis que me vem a cura
De tudo que então lembrava vida.
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