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Poesias-->TUDO AO NADA -- 28/08/2006 - 17:58 (Rosane Coelho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TUDO AO NADA



calaste-me o verbo,

podaste-me o verso,

vazaste-me o peito.



abandono, em desengano,

esquecidas nalgum canto,

- sem gritos ou lamúrias,

sem traços ou rabiscos,

sem choro e sem riso -

a garganta muda,

a pena seca,

a emoção esvaída:

restos de poeta,

sobras de poesia,

aborto de uma vida.

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