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Poesias-->Cúmplice -- 16/11/1999 - 23:27 (Eduardo Gomes) |
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Não faça
dessa muralha invisível
uma tela que deixa vazar
minhas palavras
por que sem querer
você me rouba um pouco
e perde a pureza
de gazela selvagem
que meus olhos de tigre
um dia quiseram ter
Deixa que eu continue
nesse estado de metamorfose
porque estou imóvel
deitado no coreto da minha infância
e tem alguém comigo
basta-nos o roçar dos cabelos
para penetrarmos na unidade da alma
O meu casulo agora movimenta
e mesmo a tarde ainda não trouxe
seus figurantes
para rirem da nossa inocência
porque quando era noite
(Muito tempo depois)
eu fazia amor
deitado sobre o muro
e os figurantes passavam
com guerra e garra perdidas
e não tinham tempo
de virarem a cabeça
e todo mundo era cúmplice
porque me sinto disposto a não romper
com a tua cumplicidade. |
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