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Poesias-->Belo Horizonte, Um Novo Século -- 05/01/2001 - 11:49 (Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior) |
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Belo Horizonte, Um Novo Século...I
Os séculos vão e vêm
Há cordão de prata após o salto?
Empresários místicos pagarão para ver
Prédios com vidro fumê.
Uma procissão de velas brancas
Cruza com a passeata contra os valores morais.
Não há tempo para a poesia orbital--
Sessenta e dois poetas
Num anfiteatro gigantesco.
Há um sangue noivo que o milênio anuncia,
Numerologia: um grito no ar
Olha a ginga da santa,
Sapatos de camurça delicados
Pisam meus calos,
Vinde a vós o vosso reino.
Yes, nós temos Luiz Jacaré,
Minas, Texas: Liza Minelli dança
No cabaré mineiro.
Belo Horizonte, Um Novo Século II
Adeus, BH, diz o século
Cada momento se foi para não voltar,
Vampiros comem pastéis de quinze centavos,
Fumaça sobre a urbe, chove canivetes.
Horríveis emoções, garatujas nos muros
Gangues jovens demarcam território
Os símbolos parecem escrita fenícia.
O boitatá se esconde na capela de Portinari
Descubro postais também mutantes,
Satanás na Igreja de São José
Esconde ouro do Forte Knox.
Belo Horizonte, Um Novo Século III
Hoje não tem estudante na rua,
Hoje não temos cardeais, nem sermões.
Olha a cobra, olha a cobra.
Os exércitos de Ciro entraram em Babilônia.
As ruas têm cheiro de dama-da-noite,
Roma foi saqueada pelos bárbaros,
Todos os jardins suspensos cairão,
Um dia, as estrelas também.
Enquanto isso, nossos passos luminosos
Desentopem e limpam o seu fogão a gás.
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