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Poesias-->Banquetes -- 04/01/2001 - 11:42 (Lucas Tenório) |
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Os patos engoliram os sapos
mordendo-os como macacos.
Os verbos no tempo hodierno
não mais trajam ternos.
De bermuda uma conjugação muda muda a muda
da sintaxe,
E pegam um táxi as palavras vagas,
trocam-se caladas bastante desapontadas.
Os gatos vomitaram os ratos
golfando-os pelos terraços.
Os verbos no tempo hodierno não usam
mais gravatas.
De camiseta modernas canetas
lavam as golas nas sarjetas.
E saem em bestas as sentenças novas,
em versos e prosas
um tanto ruidosas.
Os escritores morreram de amores
penando por suas dores.
Os verbos no tempo hodierno
não conjugaram nós.
E os nós das gravatas,
o retrós dos ternos,
enforcaram da poesia o porta-voz.
Vai num caixão de termos,
anda a procissão,
morta a expressão da carne,
que o verme leitor,
sem nem usar jargão,
promete comê-la crua,
desfrutá-la nua
e em decomposição.
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