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| Poesias-->Os Comovidos -- 04/01/2001 - 07:40 (José Ernesto Kappel) |
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Não há nada perder,
se você não considerar
áreas materiais como percas.
Mas quando comove coisas
do espírito,
a gente se atordoa
e passa a não saber se medir.
Não sou mercado persa.
Não sou mercadoria à venda.
Já não sei medir meus passos
e preciso deles para alcançar
luas desfeitas
ou perdidas
na imensidão,
Pior: mal eu entendo
de larguras e profundidades.
Eu sei que é
um mergulho profundo
e, talvez, não meça
fundos para colher
algo que você sabe o que é
mais tem
medo de descobrir.
Porque está dentro de você
e é dificil se desnudar
diante do tempo.
Coisas infantis. A gente
trás de lá.Do berço,
de dois pais e uma mãe.
Quando a gente era pequeno,
cada um era um filho e o
próprio pai.
Hoje somos apenas filhos.
Se me vêm rezar, me afasto,
como se corre de uma tempestade
premente.
Se me vem cobrir,
peço apenas algodão estampado.
Não posso mais correr.; não posso
mais entrar diante de mim.
O que tinha de resto e entolhos,
me levaram.
Vida cinzenta esta!
Toma e dá.Dá e toma.
De tudo, perdi. Ganhei
largura de espírito
e uma rosa feita por ela
-Maria dos Anjos -
que de santa tem os dois:
o nome e o espírito.
Mas já pertence aos
vigas da morte!
Pois foi neste espírito
que me sacudi e descobri,
que além de uma porta, há sempre outra
prá abrir.
E chega um dia, um radioso
dia, que você nada mais consegue
abrir, e mal fechar.
Você não é mais dono de si.
O si pertence a negritude do
espaço onde tomare,
habitem espíritos afins.
Mas que correria é essa?
Penso alto e trôpego
diante das inutidades
das coisas,
supostamente valiosas.
E olhem: De evalia em valia
sou mais eu.
Porque bebo todo dia
a valsa do Imperador
cujos sons vão morrendo
dentro de mim.
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