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| Poesias-->Soneto do delírio. -- 23/06/2006 - 19:31 (Gerson Ferreira da Silva Filho) |
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Desejo, essa vontade tão louca.
Que tanto me aperta no tamanho,
Quanto me faz pedaços do coração.
À vontade de não perder a sua boca.
Uma força desumana sem esteio.
Essa catarse da lânguida carne.
Que ferve no espesso e rubro sangue
Sem, contudo dizer de onde veio.
Como se fosse tudo um vento.
Para açoite do negro firmamento.
Fazendo do uivo, o gemido o lamento.
Para conhecer a essência da vida.
Para conjurar a causa dessa lida.
Por um suplício sucedâneo a partida.
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