|   
 
 Mulher rara, diferente,  
 
 Nem tanto é o brilho aparente.  
 
 Miudinha e elegante,  
 
 Pode ser interessante!  
 
 Gostei de sua companhia,  
 
 Da poesia e fotografia,  
 
 De vê-la encantar com jeitinho  
 
 Bebê, flor ou passarinho...  
 
 Tem um costume engraçado,  
 
 Sempre muito delicado,  
 
 De contemplar da janela,  
 
 Tenha ou não a vista bela.  
 
 Quando as narinas dilata,  
 
 Farejando feito gata,  
 
 É como alarme que soa:  
 
 Coisa ruim ou muito boa!  
 
 Afobada, se atrapalha.  
 
 Sílabas embaralha.  
 
 E prefere concordar,  
 
 A brigar ou reclamar.  
 
 Perde o fôlego, se agita!  
 
 Já sei por que tanto grita,  
 
 Pois caça de norte a sul,  
 
 A tal borboleta azul!  
 
 Zangada, retorce a boca.  
 
 Saltam olhos -- ficou louca?  
 
 Não! É uma pitomba lambida  
 
 Que vira pimenta ardida.  
 
 Eu quis conhecer sua arte,  
 
 Beijá-la quando chega e parte...  
 
 Liguei-me no jeito discreto  
 
 De dar e trocar afeto.  
 
 Bem quisera merecê-la,  
 
 Seguir com a nova estrela...  
 
 Mea culpa, meadeira,  
 
 Oh dó, é nó na madeira!  
 
 Rendo-me à visão aguçada  
 
 Que previu encruzilhada:  
 
 Eis o poema sofrido  
 
 Por um amor combalido. 
 
   
 |