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Poesias-->SEDIMENTO -- 03/04/2006 - 22:29 (Lílian Maial) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




SEDIMENTO

® Lílian Maial







Recolho os seixos lisos desse rio,

Qual lágrimas, são contas de um rosário.

Margeio a lua, refletindo o estio,

Conduzo estrelas frias p’ro estuário.



Rabiscos, risco ao léu! Meu desafio

Consiste em dar teu nome a esse cenário.

A noite enfeita, em mim, o olhar sombrio,

Revela a dor exposta em antiquário.



Saudade é conterrânea do meu peito,

Traduz em pedra a falta do teu toque,

E deixa esse vazio a soçobrar.



Afundo nessas águas como um leito,

Arrasto essas lembranças a reboque,

Permito à solidão sedimentar.





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