Dizem que é cego o amor por ser cativo

E o perigo não vê por ser menino...

Numa intenção maior se torna altivo

Para enfrentar o mundo... É o seu destino!



Se errado for... Se certo ou sem sentido,

Isso o amor não vê... pois ele é cego.

Mal consegue encontrar-se recolhido

Neste gesto suave em que me pego...



E eu que vi outra vez o amor perfeito

No sorriso de luz com que me veio

Fez que escondesse o sol... meio sem jeito...



E desvelando o sonho... a fantasia

Soltou-se estonteante em mil abraços!

Chorava a natureza de alegria...

Este soneto é para quem, como eu, ama o AMOR... Sentimento onde a natureza, nas incursões pelo coração arrasta mundos, explode estrelas e se afina na doce ilusão de um menino...

Como Verso Solto

Existo... Existes... E nos encontramos

Numa fase da vida já tardia...

Saber enfim o quanto nos amamos

É fazer deste amor nossa magia!



Eu vim... Vieste... Como verso solto

No poema da vida a se encaixar

E a melodiosa rima em tom revolto

Embalou nosso encanto de sonhar!



Sabemos nós porém que esta aventura

Incerta como vento em maré cheia

Fará de nossas vidas a loucura



De um delírio sagaz ensandecido...

Tortura-me aceitar a vaga idéia:

Reencontrar-te... e já saber-te ido...

A inspiração brota de coisas tão banais... Às vezes, de um pássaro que canta ao longe... outras vezes... como esta: da visão de um simples lago onde navega um barquinho de brinquedo... E nos confins da imaginação, vamos tecendo imagens, etéreas imagens que alimentam nossa poesia...

Mais do que o ar...

Tu me fazes sentir inteiramente

Que a vida é mais além de uma procura

É pranto. É riso. É sol. É desventura

É um bem que no passado foi presente.



Se perco o rumo ou te sinto ausente

Necessito de ti... mais do que o ar

És riso. És luz. És sol sempre crescente

Ternura infinda que me faz sonhar!



Na venturosa lida em que te penso

Este amor que pra mim se faz tortura

Meu coração te quer no ardor intenso



De uma doce saudade... E na procura

Desta aventura ardente e apaixonada

Quero viver contigo... E aprisionada...

“Enquanto nesta terra houver um ser, meus versos vivos te farão viver... Shakespeare...