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Poesias-->CANÇÃO CABOCLA -- 04/03/2006 - 00:14 (L. Stella Mello) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






Manietado junto à trela do meu carro,

Vou pela estrada numa lida sem parar...

E raia o dia, e vem o sol, e canta o galo,

Parto cantando em minha vida, a trabalhar!



Vejo, de longe, minhas flores, meu ranchinho,

Tão simplesinho onde eu posso me abrigar,

E, de onde à noite, fito o céu e as estrelas,

Pego a viola, e qual cigarra vou cantar...



Mas, numa curva da estrada assim termina

Essa paisagem que me encanta, e é meu lar...

E vou seguindo solitário, a minha sina

Pelas estradas poeirentas palmilhar...



E vem a chuva, e vem o vento, e a solidão

Enche-me o peito, mas, aqui, não vou parar...

Passo campina, passo pasto, e num riacho

Junto à colina, tento a sede mitigar...



E no trabalho que me ocupa, e no cansaço,

A minha alma se debate e quer parar...

Venci distância e o meu tempo se fez tarde,

Mas a encomenda é meu dever, e vai chegar!...



As velhas rodas nesse atrito, e com esse peso,

Gemem plangentes o seu choro a lamentar...

E a gente humilde, no silêncio lá da roça,

Acostumada o meu cortejo vê passar...



E dos meus olhos vou deixando de mansinho,

Minha tristeza pela estrada que eu trilhar...

Por isso as marcas tão profundas no caminho,

São enfeitadas de florzinha a balançar...



E nessa estrada tão estreita onde eu sigo,

A pedra e a flor você pode encontrar...

Uma me educa, me machuca e põe no trilho,

A outra nasce para os olhos me agradar...



E ao pôr do sol, contra a luz, você vai ver

Minha figura a gemer e a passar...

E geme o boi, e geme a trela, e geme o carro,

Mas, sou carreiro e preciso regressar!



******

L.Stella Mello - autora do romance "Eulália"

23/09/1984



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