Usina de Letras
Usina de Letras
21 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63268 )
Cartas ( 21350)
Contos (13302)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3249)
Ensaios - (10693)
Erótico (13594)
Frases (51791)
Humor (20181)
Infantil (5607)
Infanto Juvenil (4955)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141325)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6359)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->NESTA TERRA EXISTE ALGUÉM -- 27/02/2006 - 21:51 (JOSE GERALDO MOREIRA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NESTA TERRA EXISTE ALGUÉM





Quem construiu aquela manhã

Ao sol desconhecia.

O seu arquititânico engenho

Desprezou a olaria.;

Não teve mão calejada de operário

Para dar forma ao barro

Nem olhar de estudante maravilhado

Para descobrir poesia em concreto armado.



Quem inventou aquela manhã

Não cogitou felicidade.

O muro que construiu, tão alto

Não protegeu sua cidade

Da alegria dos moços e meninas

Que sonham liberdade

Respiram libertas

Trabalham libertados.



Quem construiu aquela manhã

Não queria viver

Para desmontar a obra vã

Requisitou o olhar de Isis

A camisa de Édson

As mãos de Carlos

A voz de Geraldo

A poesia de Chico.



Cada um deu o que tinha

Para desfazer a manhã

Afótica que no céu crescia.

O construtor, ele o sol desconhecia,

Fauno, violentou o verde

Que violentou o homem que se violentou

Quem ergueu essa manhã

A noite, lado a lado, levantou.



Quem construiu essa coisa, esqueceu

De construir novas criaturas

Que andassem tesas, bocadura.;

Esqueceu que à liberdade o sol tangia

Erguendo das bocas o canto

Que trouxe a promessa de novos dias

Que Isis nunca conheceria,

Perdida no breu da manhã que nada prenuncia.



Isis, agora, dorme, plácida,

Em berço esplendido, desconhecido.

Seu sono é de pura calma

Com a altivez do sono de quem sabia

Que aquela cor não agricultada não verdejaria.



Quem implantou aquela manhã

Desperdiçou amor, aprisionou vento

Adubou o parasitismo do verde violento

De onde, nada, nunca, brotaria.



(a Ísis Dias de Oliveira, desaparecida nos anos de chumbo, cuja foto vi em um cartaz no metrô)
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui