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Poesias-->RIACHO FUNDO -- 25/12/2000 - 23:40 (VIRGILIO DE ANDRADE) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Trilhei margens do riacho. Riacho seco, riacho fundo.

Abri picadas, fui picado. Transpus a fronteira d outro mundo.

Varei paredes vivas (ipês, quaresmeiras, angicos e buritis). Traspassei muralhas encapuzadas por neves verdejantes, e cordilheiras de picos cônicos, sobrepostos, com várias matizes.

Aqui, acolá, descortinei outros tons, outras cores.; frutos, frutificações, folhas e flores.



Enfolhado, vi-me em destroços sobre um tapete de raízes. Na fonte um nó que cocorocou.; astrólogo, tracei um mapa astral com estrelas osculatrizes.



Réptil em solo fecundo, com a destra encontrei apoio no pé do vegetante de olhar feio e carrancudo.; cara de pau, corpo espinhento e barrigudo.

Chutou-me o pezão. Era perneta o pernalta. Atirou-me na curva do vento com a mão toda espinhada.



A outra mão, mais atrevida, roçou as ancas d uma moça que não me recriminou, mas ficou com a tez corada.

Mudo não lhe disse nada, busquei o frescor dos seus olhos com os meus. Sob a cabeleira ruiva escondeu os cílios postiços de cor lilás.



Quando meu silêncio pediu perdão, ela sorriu e me concedeu. Acomodou um broche de azaléias que enfeitava o colo desnudo, o colar de cipós que prazerosamente enlaçava os seios fartos, e curvou-se. Com a cumplicidade da brisa, suavemente, estendeu-me a mão.



Alguém com voz de ventania interrompe o flerte: - Sai da minha sombra, tire as patas de minha amada... acha pouco pisar no meu pé e me ensopar com sua água salgada?!



Fiquei pasmado. O mutante era alto, corpo roliço e dezenas de braços. No mais forte portava um anel de abelhas e na cintura uma casa de cupim. Minha hora derradeira foi anunciada, o dia adormeceu em sombras.; precipitou-se o começo do fim.



Recolhi os ossos.; ziguezagueei por entre labirintos de galhos, folhas e espinhos. Escalei baixo e alto relevos, removi pedras, naufraguei em mil rios.



Sedento, encontro guarida no colo de uma acolhedora cachoeira.

A donzela de pedras me beijou um gole d’água morna.; e a dama da noite me envolve em transparente lençol noturno.; e o corpo alquebrado adormeceu...



Sonhei um sonho, um sonho de anjo: sonhei que era TUPINAMBÁ, e que você era só minha, minha princesa JUPIRÁ.
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