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Poesias-->frag-med-11 -- 19/02/2006 - 01:35 (maria da graça ferraz) |
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Os desenhos
das crianças internadas
trazem sempre o sol
afastado, nuvens esparsas
e os seres humanos
parecem flutuar no espaço,
sem chão
Na realidade,
as crianças internadas
não desenham nada !
Elas apagam!
Vão passando corretivo,
borracha,
como quem abre um presente,
desfaz a fita
e por último, o papel, retira
57
Penso que há algo
errado nos hospitais infantis
É como se eu tivesse,
inadvertida, pulado
capítulo de um livro
Eu não compreendo
os caixõezinhos brancos,
por exemplo
Eu não entendo
a interrupção brusca,
sem aviso,
sem julgo
Não!
Não compreendo
o desperdício
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Eu já assisti
à dois meninos
disputando quem possuía
mais roséolas de sarampo
no corpinho
De certa forma,
lembram-me os políticos ladrões
disputando votos
São doentes
mas não o sabem!
Não possuem consciência disto!
Benditos as crianças,
os bufões, os palhaços,
que deles será
o reino do torrão de açúcar,
todos os palitos de fósforos
do mundo,
os cartazes de todos os circos
com direito a entrada grátis,
e os pãos!
Vinho? São menores...
Vinho ainda não!
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