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Poesias-->médico 20 -- 19/02/2006 - 01:14 (maria da graça ferraz) |
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Os plantões médicos
são sempre espera
aflita e temerosa
" Quem chegará
e abrirá a porta?"
E, a todo instante,
chegam pessoas
Mais pessoas
e pessoas
que lotam o pronto-socorro
E ainda, assim,
a pergunta insiste
e não vai embora
" Quem chegará
e abrirá a porta?"
Nos plantões,
a espera triste
não sossega
A espera
por algo que possa
reverter o sofrimento
e redimir a dor,
o lamento, a amnésia
A espera por um acontecimento
que ofereça senão a resposta,
uma trégua
" Quem chegará
e abrirá a porta?"
E quando chegar
E se chegar
O que faremos? O que diremos?
Encontrar-nos-á decerto
como sempre estivemos:
pequenos e calados
Todo plantão médico
é uma pausa que se prolonga
infinitamente, além do tempo,
acima de toda ciência
Um suspense gelado
dividido em horas mortas
" Quem chegará
e abrirá a porta?"
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