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Poesias-->recortes- -- 19/02/2006 - 01:25 (maria da graça ferraz) |
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recortes
mdagraça ferraz
gracias a la vida
1
A única ferramenta
que possuí na vida
foi meu coração
com que bati o mundo malvado,
modelando-o contra meu peito
Tentando torná-lo talvez mais macio,
compreensível -
um doce ferido
***
2
Gosto de caminhar
durante o outono
As folhas secas
impedem o rasto
São como palmilhas
para os pés descalços
...
Amortecem os grandes saltos!
***
3
Não, não é uma planície
É uma floresta que se abre,
com árvores cada vez mais distantes
mais distantes
umas das outras
Ah, este imaginário
em que vivo e canto,
nunca é o que vocês
estão pensando
***
4
O grande armário
Solene. Rígido.
Quem irá confessá-lo?
E ouvir-lhe os silêncios
das pilhas de roupas
lavadas , dos adornos
inúteis, dos figurinos,
que mesmo fingindo mortos
ainda conspiram...
O grande armário
Tão fácil abri-lo
Difícil fechá-lo!
***
5
Naquelas tardes
em que eu e Aluísio
passeávamos , apaixonados,
mãos dadas, pelo jardim
Naquelas tardes...
E eu não me lembro
de nenhuma flor deste jardim
Aliás, eu não me lembro
de nada deste jardim
Exceto de Aluísio a sorrir
a sorrir para mim a sorrir
Naquelas tardes
em que eu e Aluísio
passeávamos, época de estio,
terra seca, brava, do cerrado,
o jardim estava em mim
e em Aluísio a sorrir a sorrir
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