Ao mar
Olhando um certo barco ao longe,
Projeto-me nele,
Seu corpo fundi-se ao meu,
A princípio grande, majestoso.
Rasgava águas do mar infinito,
Sem senso de percepção,
Simplesmente ignorava a todos,
Envolto em alto amar,
Tempestades a enfrentar,
Ébrio a desvendar os segredos do mar,
Que me atraia,
Traía.
Ilhas perdidas, paraísos imaginários,
Céu sem fim.
Percebo, dou importância aos que passam,
Aprendo o real fundamento da existência.
Junto de outros, só.
Inerte, recordações boiam,
Lembranças de ilhas passadas,
Tempos passados,
Portos inacabados,
Amores desfeitos,
Dores no peito.
Mar bravio a me açoitar,
Sigo pelas suas águas turvas,
Navegar.
Quero descobrir segredos do amar...
Ricardo Marques
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