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Poesias-->fragmentos -m -9 -- 21/12/2005 - 02:26 (maria da graça ferraz) |
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Fragmentos
médicos
parte 9
mdagraça ferraz
gracias a la vida
obs- pensares
em 25 anos de profissão
43
Nos corredores dos hospitais,
à noite, parece que algo espia
E nunca se deve olhar para trás!
Lembrem-se sempre disto!
Deve-se passar, contrito e mudo
Porque uma palavra apenas,
lançada ao acaso,
vira buraco de fechadura
Nos corredores
dos hospitais, à noite,
tudo ecoa e se devolve
44
Os óleos de unção
na testa
e nos pulsos
Os salmos rezados
Enfeita-se a alma
com música,
poesia e perfume
para as novas núpcias
45
Há anos, que venho andando
nesses mundos brancos
Há nas paredes
de todos os hospitais da Terra
e, principalmente,
nos tetos,
meus passos desenhados
No assoalho, limpo,
cru, apenas o brilho dos meus sapatos
46
O vermelho é símbolo
de febre, de inflamação,
de hemorragia
Eu lido com símbolos
e não com sintomas
Deveria ser sacerdote
e não médica
47
Na mesa de cabeceira
dos enfermos,
sempre se encontra:
Um envelope
Um livro religioso
Um lenço dobrado
Tão simples
os pertences,
no entanto, plenos
de significados:
Receptivos
mas fechados
Oh, esqueci-me
da garrafa de água
e do copo
virado para baixo
48
A pior morte
que assisti na vida
foi a morte de minha tia
quando soube
que seu marido a traía
Ela recebeu a notícia,
me olhou atordoada,
e ela morreu,
à minha frente,
muitas mortes de uma só vez
Ah, a morte da alma...
que ninguém chora
que ninguém vê
Diante dela,
a morte do corpo
é rasa...Evapora!
49
Por favor, peço-vos
que digam
que gritem
" Eu entendo esta médica"
Porque tudo
que o mundo não compreende
mata
refuta
Eu sou o mistério
feito carne como vocês
A única diferença
entre nós é que ... eu sei
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