Refeito da utopia da vida
e cansado de minar medos,
abro o baú repleto
com vestes de rupturas sucessivas.;
apenas cartas, cartas, cartas...
ingresso, passaporte,
cartão magnético de acesso
ao sonho violado
com o cupido de um tempo fugidio
onde a filosofia da busca
- omisso reencontro de resultados -
despenca com a impotência das ações
A imprevisível rota
que o destino segue
coloca no vácuo das relações
o coração, domicílio transitório
cambaleante da pós-ressaca amorosa...
No vazio da noite
música, música, música
Lindas, lentas, suaves
na solidão onipresente do quarto
Quando se crê carregar o peito
imantado de quimeras mil
a banalização do mito
não é mais que o observar
pacotes de juras no baú da memória. |