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Poesias-->Adivinho-te -- 17/12/2000 - 20:27 (Fernanda Guimarães) |
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Adivinho-te
Não preciso que me fales
Conheço os gritos que te sufocam a alma
E os mares que teus olhos transbordam
Entorpece-te em tua mudez de tormentas
Enquanto cicatrizo as dores que te sangram
Não preciso que me fales
Sei dos escombros das tuas cidadelas
Onde somente tuas máscaras sobrevivem
Caminha suavizando teus passos
Ainda que teus olhares carreguem pedras
Não preciso que me fales
Esquece o desnudar das tuas frases
Acorrenta a convulsão da tua língua
Envolve-a nos grilhões da tua renúncia
E deixe-a fenecer em teus porões
Não preciso que me fales
Acostumei-me aos sons do teu silêncio
Retesa a ânsia das tuas palavras
Permitindo-as tombarem suicidas
No abismo dos teus lábios
© Nandinha Guimarães
Em 16.12.00
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