Maciel de Oliveira, foi um poeta que viveu e faleceu na Cidade de Belo Horizonte e que progrediu muito na arte de construir poemas. Conheci a viúva de Maciel de Oliveira no Bairro Santo Antônio, na Capital mineira, quando falou-me sobre seu inesquecível marido e me ofertou o livro por ele escrito intitulado LUZ EFÊMERA e outros sonetos, que chegou a ser elogiado pelo Professor Silveira BUENO, em artigo publicado no Jornal”A GAZETA”- São Paulo, 28.12.56. Uma história interessante que fiquei sabendo por ela foi a seguinte: Todos os anos MACIEL DE OLIVEIRA, costumava visitar a Cidade de São Lourenço, no Sul de Minas, no mês de setembro e as praias do Espírito Santo, no fim do ano e, segundo ela, amava as manifestações do mar. No entanto, quando se sentiu fragilizado pela doença que o levou a morte, percebeu que talvez não fosse mais aos dois lugares que tanto gostava. Foi quando escreveu para a esposa o poema SÃO LOURENÇO, EM SETEMBRO, NO INÍCIO DA PRIMAVERA, que é uma verdadeira obra de arte. Vejamos:
"Se eu não for a São Lourenço,
Em setembro, no início da primavera…
Vá você, meu amor,
Eu lhe ensinarei a linguagem das flores,
dos Pássaros, dos Peixes, dos Astros!
Espere pelo gavião azul às sete horas,
debaixo do bambual do Parque e converse com ele,
ouvindo-lhe as aventuras durante esse longo tempo
em que estive longe!
Fale às rosas e aos Cravos, às Azaléias e às Boninas
E lhes perceberá a voz colorida
Num tom macio de pétalas.
Desça a escadaria do balneário
E no último degrau que se aproxima das águas,
Perscrute os Peixes sussurrando à minha espera.
Depois as ondas do lago irão rolando ao seu encontro,
Femininas e sorridentes.
Olhe para o céu à noite e ficará deslumbrada
Como o mundo infinito das Estrelas,
Seus caminhos siderais iluminados de ouro e prata!