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Poesias-->JANELA DO MUNDO -- 05/10/2005 - 00:00 (João Ferreira) |
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JANELA DO MUNDO
Jan Muá
4 de outubro de 2005
Da janela de meu mundo
Vejo antenas radiotransmissoras
Telhados
Rostos redondos de árvores
Colinas e planícies
Lastros de natureza adormecida
E um lago tranquilo sem brisa
Passam velozes na cena algumas figuras rolantes
de automóveis
Que ultrapassam a fixidez
Da imobilidade das áreas residenciais
Há planos que me oferecem o desenho de uma praça asfaltada
Com canteiros de plantas e alinhadas e jovens árvores de sombra
E postes e torres altas de iluminação noturna
Vejo um ponto estático em vermelho
Ainda fechado
Carros dormindo ao sol sem dono no estacionamento
No passeio mais próximo
Em destaque a figura de uma dama
De blusa de seda e de seios ternos arredondados
Cabelo preso à moda de rabo de cavalo
Insinuante
Caminhando lépida como em olimpíada
Demandando a escada rolante
Para entrar no hipermercado!
Ela leva um plano para comprar
E com o plano, uma alma consumista inquieta
Seu principal motor de vida
Que lhe causa estrepitosas alegrias e consumições!
Minha janela se fecha aqui
Nas prateleiras dos artigos perecíveis
E na caminhada ofegante
De nobres consumidores
Puxados por fantasioso poder de compra
Que aqui operam para desafogar a alma peregrina!
Jan Muá
04 de outubro de 2005
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