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Poesias-->Destruindo zigurates -- 25/09/2005 - 13:26 (E.L. Kamitani) |
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Destruindo zigurates
Escutei a música profana,
Que emana de teus lábios murchos,
Atravessar o átrio das conspirações.
Durante a densa tempestade de rutilantes cacos,
Os sentidos fragmentaram
o impenetrável mundo dos sinais.
Com serenidade, o grito de libertação ordena
O exército da fome a cavoucar tesouros.
Nas ruínas de uma velha cidade,
O amor às vezes nasce, e o amor nasce do amor,
Assim como o ódio dispara o ódio:
Instâncias autocombustíveis, suas capas
De chumbo não isolam a magmática radiação do desespero.
Não devemos conter nosso medo, nossa cautela
É agora nossa vida: sejamos bons cidadãos, e não
Importemos com a necessidade freqüente de paz e carinho.
No matraquear mudo das adagas, preparamos
A invasão: enquanto a urbe dorme, enquanto nosso patrimônio
Fenece perante as fórmulas mirabolantes do capitalismo,
Os sacerdotes jogam xadrez: o simulacro da terceira guerra,
O plano, descrito em movimentos, das conspirações comunistas.
Os scholars fazem seus livros, a canção progressiva embala meu sono,
O destilado murmura em meu sangue: A responsabilidade é toda minha,
Sou herói de mim mesmo. Tradição:
Nome da morte. Rotina: nome da decadência.
Pátria: moeda vazia e desvalorizada.
Num contexto de fuga, ter razão já não importa:
Soberania é olhar para frente. Certeza é estar seguro.
Ter paz é estar inteiro. Os juros da timidez são pagos
Com gotas de sangue. As parcelas da tibieza nunca vencem.
Debitem da vida as coisas insossas, os livros nunca lidos
Mas tão comentados. Não falo por Platão, nem por Smith:
Integridade e independência são o que pedem de mim.
Nas estradas, nos rios, nos mantras entoados a beira do Ganges,
Nos caminhos de terra que cercam as montanhas, no infinito e no
Desconhecido, estão a esperança infinita. A incomensurável luz das
Grandes odes, a atmosfera melancólica dos sonetos de Petrarca, farão
Dessa mensagem, rabisco de giz na laje de uma caverna,
Um apelo de um mundo rural e medíocre
(Eder Luis Tomokazu Kamitani)
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