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Poesias-->CIDADE MORENA -- 17/09/2005 - 09:48 (João Ferreira) |
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CIDADE MORENA
Jan Muá
8 de setembro e 2005
Na Cidade Morena
Prosa desfila bem perto da rua do Poeta
Ao lado do Parque
Associando o sentido do olhar
Ao pulsar das etnias locais
Na fronteira guarani
Aqui há o cheiro moreno da terra
A brisa corre nas asas do vento
E leva-nos de canoa até à oca terena
Na sombra do pequizeiro
No chão índio a criança do futuro sorri
Tu cumê calibonô
Catiuel decora com lindas cerâmicas
O barro tratado pelas mãos
Dando contraste ao dourado sol
Ecologicamente radiante
Há em tudo a inspiração bugre
Barro arte artesanal
No arco memorial que sobe
Até ao pino aguçado da antena de TV
Corre solta nos desvãos da cidade a alma do Pantanal
Que chega embalada na brisa da astúcia da onça
E na corrida ribeirinha das antas
Aqui os parques verdes têm a força de abafar
A relevância do asfalto
Porque sobra como remédio ambiental
O alívio estético do armazém cultural
Dos bangalôs dos chalezinhos e dos sobrados
Nos espaços que permitem
a geometria dos espigões arquiteturais modernos
Descansa a sombra verde e a graça florida
dos flamboyants
Na urbanização das praças há figuras e símbolos
Impressionantes que galgam a academia do design
Para ganharem um rosto natural da vida da selva
Na praça das araras o canto da arara azul
Abre em vôo a porta da mata amazônica
Acordando a sensibilidade telúrica
Do íntimo segredo florestal brasileiro.
Nas áreas preservadas levanta-se soberano
O grito dos tuiuiús pantaneiros
Sempre de asa protetora
E com o grito somos levados para a imensidão da campina
Onde afogamos poeticamente os olhos no horizonte
Nostalgia de mundo
E saudade escondida da Cidade morena.
Campo Grande
8 de setembro de 2005
Jan Muá
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