LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->elo -- 20/08/2005 - 23:20 (maria da graça ferraz) |
|
|
| |
Uma mulher distraída,
solitária, costurara,
puro engano! , a pele
de seu dedo ao bordado
de pano vermelho
Malgrada a dor,
ela só percebeu o erro,
quando o bordado
já estava quase pronto
Estava tão delicado!
Tão lindo! Ela sorriu
supreendida...tola...
com o ponto
O que faria, ela agora?
Descoser o trabalho?
Ou, retirar um pedaço
de sua carne e deixá-la
secar ao sol?
Ela, a moça, chamáva-se
Lúcia
Estava grávida
de um filho que não desejava
Ela, então, a tal Lúcia,
a quase mãe, a bordadeira,
em sua salinha de costura,
perguntáva-se
" Foi meu dedo
que costurei ao bordado
ou foi o bordado
que costurei ao meu dedo?"
Ela chegara
ao caminho perigoso
de toda mulher
onde o outro
também era ela
A moça, a Lúcia,
a distraída, a costureira,
já não doía mais
Ela era a própria dor!
Mas ter filho, ela pensava,
era como se virar do avêsso,
expor o forro,
soltar as costuras,
desmanchar as pregas,
encontrar um outro nela
E ela sorria
desafortunada e bela
como a vida dela
como o mundo erra
como tudo era
Ela? NÃO!
Seria menino!
Como o mundo "elo"
|
|