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Poesias-->reflexossssss -- 20/08/2005 - 22:46 (maria da graça ferraz) |
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Porque na cidade
que não sei onde
Porque naquela rua
que não tem nome
Porque àquela hora
que não sei qual era
Uma mulher desconhecida
desceu do carro
que não sei a marca
Ela caminhou
não sei quantos metros
e deteve-se, súbita,
à porta de uma casa
sem número
Ela gritou algo
que não ouvi
para alguém
que não vi
E, quando, a porta
da casa se abriu,
ela entrou
Foi, então,
que reconheci...
Eu reconheci
em seus pés,
os meus sapatos
de fivelas soltas
Percebi que havia
dormido de sapatos
Esqueci de retirá-los
Estava tão cansada!
Provavelmente, segui andando
como quem anda
debaixo d água,
sem vestígios,
mas que no limite
da asfixia, rompe
à superfície
para não morrer de vez
Eu - na escuridão
inteligente
Pega em flagante
Denunciada
Lembrada!
Excessivamente
lembrada!
E não havia ninguém
para dizer o que era
preciso eu fazer
ou não fazer com
os sapatos
de fivelas soltas
Nem para mim
Nem para a outra
Onde estaria a terceira pessoa?
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