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Poesias-->Lágrima Brasileira -- 08/12/2000 - 23:15 (Maria das Graças Lemos Andreatta) |
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Lágrima Basileira
(Escrita em 1998)
Na vidraça da janela
Uma linda bola de cristal
Balança, dança, treme e rola devagarinho.
Olhando-a penso em diamantes.
Balança, treme, agita-se
Pára errante.;
Deslisa pelo vidro, calmamente...
A claridade dá-lhe o colorido de arco-íris.
Através dela vejo o ouro, a mata virgem,
A riqueza da gente que foi forte,
A fartura de uma terra nunca livre.
A bola de cristal vacila, treme,
Parece que teme a sorte, a morte.
É linda!
Agora posso vê-la amarela
Como o desespero, a dor, o medo.
Cor da angústia, rica e triste,
Lenta e vibrante como um samba enredo.
Olhando-a assim amarelinha
Lembro-me do ouro, das estrelas,
Assim como uma bola de cristal,
Dá pazer vê-la...
Só que essa é minha
E através dela leio a sorte:
Vejo terras férteis de sul a norte.
Esta sorte no momento muito dura,
Mas vejo também mudanças, esperança, povo forte...
Novamente a fartura
No amarelo daquela bolinha de cristal
Vejo um ontem azul, uma escola,
Flores, campo, leite, mel...
Florestas, montes, rios, eu...
Multidões caminhando aqui e ali, ao léu.
Mas o vento sopra e a empurra pela vidraça.
Oh! agora está verde, cor da esperança,
Como a ânsia, como o amor,
Buscando a dança, lembrando a infância,
Quem sabe aguardando a dor...
Ela treme, agita-se, cai,
Devagar, calma, quase com mágoa,
Cai no azul, cor da distância
E se multiplica em vinte e três estrelas
Que se tocando e se afastando
Ora em fila humilhante
Ora em festivo carnaval
Cantam canções revoltadas
Com a letra do Hino Nacional.
Percebo então que não era uma bola de cristal
Era uma lágrima, era Deus chorando
E aquela gotinha foi se transformando
Até tomar a forma de uma bandeira,
A brasileira.
(Graça Andreatta)
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