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Poesias-->BOCAS -- 03/08/2005 - 11:58 (João Ferreira) |
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NO DELÍRIO DAS BOCAS
Jan Muá
2 de agosto de 2005
Para estas patolas de caranguejo
Para esta água de coco
Para esta batata frita
Para esta cerveja e esta caipirinha
Há candidatas em fila: as bocas.
Há um delírio na praia
Na boca das barracas...
Aturdidos estão os gulosos
Pela cheirosa cozinha martírio das bocas...
Da borda do mar olhamos a boca dos céus
E nos meandros do mar presumimos
Geridas e satisfeitas as variadas bocas de todos os peixes!
Na terra as bocas gulosas aguardam ansiosas
O petisco que será devorado no instante da oferta disponível...
No mundo as bocas e seus lixos
Ditam o imperioso movimento dos Humanos
As bocas movimentam bilhões
Na Walt Street e na Avenida Paulista
E se estendem a todas as estações de marchandising
Onde tidas e havidas viram gestas universais
Metamorfoseadas em deusas domantes
Com o poder de garantirem na dinâmica do tempo andante
As mercadorias líquidas e sólidas
Gourmandise ativa das tascas e dos salões requintados
Dos leitos suburbanos e caóticos dos barracos das periferias
E também das suítes dos palácios e dos motéis
Pródromos avançados e oficializados do sexo burguês
Requeridos labirintos da psique e dos sub-obscuros túneis da vida
Abertos aos secretos e insaciáveis apetites do estranho misterioso ser humano.
Jan Muá
2 de agosto de 2005
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