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Poesias-->Falta Tempo -- 01/12/2000 - 16:43 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não tenho tempo nem prá começar,

nem pouco para acabar.

É tudo, dizia o alcaide - é tudo -

uma questão de princípio.



Mas não tenho princípio nem fim.

Por isso não começo!



É tudo uma questão de princípio e de tempo.

Tempo eu não tenho mais prá gastar!

Acabou-se ali na esquina.

Desapareceu. Como some o aguardente

na sorvente boca do mendigo.



Tempo eu não tempo mais.



Se é questão de tempo, perdi o meu.

Se é questão de vida ou morte

não sei ainda qual escolher.



Se fico na vida: sobrevivo meio caiado

de verde mortalha.;

Se morto escolho, perco meu tempo:

O que vou fazer na eternidade envelhecida?



É tudo uma questão de tempo

E isso lá prá dizer a bem da verdade:

Tempo há muito

mas no paradoxo da vida,

tempo é rarefeitoe pouco e não há mais nenhum!



A noite vago por todas as janelas

e vejo todos gastando tempo:

ora aqui, ora ali,

e todos jogando tempo fora.



E como tenho pouco tempo, pouco

vejo do tempo deles!



É, desculpe, mas agora não tenho tempo

atendam o telefone, redobrem o som dos sinetes, mas

nem prá isso tenho lá tempo: tempo de ouvir!

Tempo de meditar que tudo foi ousadia do tempo!



E vem a grande senhora, governadora do

castelo ou de província, vem o oficial de justiça,

chegam as autoridades espanholas e me

perguntam: nem prá Ursa Maior?

Sim, amiga que me falta,é escasso o tempo para admirá-la! O céu se turva quando tento!



A bem da verdade, e que se diga rapidamente,

nem tenho tempo prá achar qualquer espécie de céu.

Se expande a luz do sol,se meneia a tênue lua,

mal tenho tempo para achá-lo no meio do céu.

Mas que céu?



Sou um homem agora assim: cheio de poesia,

risonho,embrumado,aprumado,com coisas

prá dar e vender a quem aceitar a primeira oferta!



E prá acalentar os mendigos,prá

embriagar mais os bêbados, para fainar a bela mulher,

para subir montanhas e conquistá-las,sinto muito, aqui dentro diz:

falta realmente tempo.



Perdi o tempo dentro do meu tempo.



Se não acho meu tempo, se não me encontro em suas bordas,

sou uma espécie de encanto, acompanhado de cento e uma cordas

de cetim que me adornam o pescoço, mas advertem: só queremos

um pouco de seu tempo !



E eu lá tenho tempo!

Tenho um túmulo florido -comprado à prestação -

este eu vendo, pois ali vou passar a eternidade dos tempos

a procura de mim mesmo e de quem faltou !



Mas quem faltou?

Será artimonhosa dona das letras?

Será a apaixonada rapidamente?

Aquela que fez mil juras ao cavaleiro de prata

mas quando surgiu o veloz jato, nele embarcou

prá terra de ninguém?



Ou foi engano meu?

- Tinha alguém !



Se não tenho mais tempo,

você perdeu o seu.

Prá mim só falta ir.

Prá você, querida e amada donzela dos campos

mimados de dor e afoitas flores, ainda ,e muito ainda ,

falta chegar !





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