Usina de Letras
Usina de Letras
10 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63470 )
Cartas ( 21356)
Contos (13307)
Cordel (10364)
Crônicas (22586)
Discursos (3250)
Ensaios - (10766)
Erótico (13602)
Frases (51970)
Humor (20212)
Infantil (5646)
Infanto Juvenil (5003)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141392)
Redação (3379)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2444)
Textos Jurídicos (1975)
Textos Religiosos/Sermões (6392)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->AUTOPOEMA -- 31/05/2005 - 22:02 (JOSE GERALDO MOREIRA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
AUTOPOEMA



O homem sentado na poltrona verde

Bebericando Vodka com laranja

Não sou eu.

Não sou o individuo gélido

De óculos negros no final da tarde

Fitando, impassível, o diacídio.;

Que tem nas mãos Heidegger

Sem o menor sal.



Não serei eu o sujeito forte

Que renega paixões

Em frente à fogueira.

Não! Nunca serei o homem coxo

Arrastando sua história

Sob lamúrias.



Definitivamente não serei o higienizado

Homem na idade do através

Sobre o ouro.

Não sou o homem sentado sobre o ouro

Não sou o homem sentado

Não sou o homem

Não sou

Não

Sou.



Não posso ser o homem que calcula cada passo

Decidindo-se pela dose de furor

A jogar sobre o advir.

O homem sem surpresas

Conhecedor das respostas

Que adivinha perguntas

Ouve por educação

Sem indagações.

Não sou o homem sem perguntas!

Não posso ser essa coisa insurpresa

Que diz pensar quando prenuncia.;

Que premedita a estupefação

A uma palavra de amor

Ou de um palavrão.



Esse homem sustenido na tarde clara

Não possibilita que eu o seja

Ser sem rupturas

Sem acidentes

Sem pontas

Não sou eu.



Não! Não posso ser eu.

Essa coisa barata, emotiva

Emocionada com uma frase

Uma cena.

Esse ser todo ouvidos e cego.



Serei eu essa masmorra de carne

A refutar investidas

Esclarecendo sentimentos com razão?

Essa traça que devora

Livros em sofreguidão.



Se sou eu essa massa fórmica

Que não passa despercebida

Como posso ser eu?

Como posso ser o indivíduo sem sonhos

Enfrentando estóico qualquer emoção?

Desconhecedor da palavra felicidade

Dos sentidos = coração?



Como posso ser o par de olhos pequenos

Investigando o dia

Decifrando a multidão?

Serei a expressão dura e fria

Despojada de mudanças,

Sem qualquer alteração?

Sem qualquer Deus?

Sem abismação?



Existirá o pseudo-revolucionário

Herói paramatar

Covarde para morrer

Incapaz de erguer qualquer estandarte.;

Incapaz de adesão

A idéias de qualquer parte?



Serei de verdade esse soldado

Que passa pela entranha do rendido

A lâmina do sabre

E define o gemido?



Serei essa falta de resignação

Sem paciência

Pura observação

Da triste covinência?



Serei o homem solitário

Resfolegando no travesseiro

A ausência da falta

Por saber-se incapaz de entregar-se

Além do crucial momento

À presença que o ama?



Serei essa peça infalível

Que não se arrepende?

De arestas aparadas

Que renega família e camaradas?



Serei essa ausência de desejos?

Essa fria superfície convexa

Carregada por algo que não se vê?



Não sou

Esse homem

Sentado no sofá

Mastigando

a

tarde.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui