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Poesias-->MENINA, MULHER -- 27/05/2005 - 00:28 (JOSE GERALDO MOREIRA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MENINA, MULHER



Amo esta menina mulher que diz te amo

De forma tão piegas

Que, às vezes, indecente, me assusta.;

Às vezes, tão meiga, me tranca os olhos.

Menina mulher que sabe me fazer delirar.

Sabe tirar do meu corpo gritos de desespero

Medo segredos e calma.;

Que exorciza meus anjos e demônios.

Te amo porque me amo e te amo tanto:

Me faço teu homem

amante.; animal que cavalga teu corpo

trepa em teus galhos

fere com unhas curtas

dilacera os lábios.



Me faço teu menino e me planto

Em teu pomar de maças

E planto em ti um pé de mim

Te adubando e abusando.



Te amo porque és aquele segundo de ano-luz

Que me profanou as reflexões e decisões

Plantou-se à minha frente como se fosse

Marco imorrível, irremediável, instransponível.

Às vezes, lógico e sensato, te tento expulsar do meu ventre

Quando me perturbas o descanso.

Tento te abortar mas

És feto forte e resistente.



Te amo porque te quero tanto

Que nem o romper dos firmamentos

Sem o findar das coisa que se fazem em fim

Vão te fazer esquecida em mim.

Te amo porque sei que podes desaparecer

Desintegrar em poeira da estrada

Para, quando eu passar, me abraçar as pernas

Incitando de novo as tuas paixões

De corpo bandido.



Em outros muros te irei escrever em poemas

Em outros desertos farei passar tuas ferrovias

Em outros solos farei germinar tuas sementes

Hibernadas

Guardadas em meus cofres até o final dos dias.



Amo esta menina mulher porque sei amar

Por ser ela minha trégua e espada

Minha cama e meus espinhos

Meu repouso nas nuvens cor-de-rosa

Dos seus pensamentos.



Amo a menina mulher que me vacila as decisões

Que é feita de profanadas lembranças

De quando eu não ria nem era criança

Te amo porque me engano todos os dias

Te chamo todas as noites

Porque te bebo em qualquer copo d´água

Te devoro em qualquer migalha de pão



Te amo porque me alimento de ti

Te sugo e vomito

Me exponho aos teus segredos e medos

Aos teus poemas mais loucos

Teus ridículos tormentos nos meus

Remédios miligramados

Te amo porque és livre e vadia

Te procuro por serdes leve e pesada

Ponto de partida

Minha ida sem volta,



Estou perdido nessa longa e misteriosa estrada

Que traças em meus traços que sempre te rumam

Aos meus braços.

Te amo porque me amo

Por isso te amo tanto, menina mulher



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