Usina de Letras
Usina de Letras
29 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63262 )
Cartas ( 21350)
Contos (13302)
Cordel (10360)
Crônicas (22579)
Discursos (3249)
Ensaios - (10693)
Erótico (13594)
Frases (51783)
Humor (20180)
Infantil (5606)
Infanto Juvenil (4954)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141322)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6358)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->ABDICAÇÃO -- 21/05/2005 - 23:15 (JOSE GERALDO MOREIRA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ABDICAÇÃO



Minas espera(não sei se ansiosa)que eu volte

Regresse pelos mesmos caminhos

Já percorridos na ida e cansados

De tanto serem trilhados.

Minas espera(não sei se saudosa)que eu volte

Mas Minas tem a certeza de mãe de filho natimorto

De que não voltarei.

Quando o barco atracou no último porto

(parecem tantos, os anos)

o velho marinho marinheiro falou da tal terra

tanto prometida e sempre negada.

Com ele, perdi as esperanças de um dia voltar

Par matar as saudades da rua onde cavalos pastavam

(o quintal, hoje, não possui mais arvores e todas

as minhas coisas foram de lá retiradas a tempo e espaço)

da velha goiabeira

o pé de jabuticabas

o abacateiro! Tantas imagens que são lembranças

flutuando em mim como telas inacabadas.



Talvez o inconformismo(palavras grandes e incompletas

Essas, as terminadas em ismo)com a distância e o tempo

Seja a causa da minha absorção no silencio da saudade.

Aqui, deitado em uma cama rangedoura

Esbarrando em pernas, braços e rostos

Deixo vaguear em mim tudo o que se chama realidade

Debruçado em mim mesmo

As tripas dobradas, os abdominais colados

Pareço um grande feto

O grande feto que eu seria se fosse realmente feto

Parido pela noite e acompanhado pelo tempo

Que nunca me deixou.



Uma lua de hora certa me lança raios amarelos

Que penetram pela janela, alumiam meus chinelos

Clareiam o quarto e saem pelo corredor

Iluminando todos os meus pensamentos

Agonias, insônias, sorriso, preocupações

E todas as outras muitas coisas que,

Simples ou complexas,

São, no fundo, somente coisas: passíveis de fim.



De repente, agora, no meio do verso

No centro da sala, no clímax da noite

Percebo que o amanhã é um novo dia

Sempre vindouro e que necessito dormir

Para não padecer infernos no amanhã que virá.



É preciso estar descansado para garantir o pão.

Triste, deito a caneta sobre a folha

Abraço quem diz que me ama

Fecho os olhos



Pensamento voltado para Minas que espera.

Minas que não me espere mais.



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui