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Poesias-->Anti-Narciso -- 06/05/2005 - 15:04 (Leonardo Almeida Filho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No horror, humanidade

No medonho, carne e sangue

No bizarro, mulher homem

No terror, criança velho



No pavor há mãos e pernas

No pior, olhos de gente

No que assusta, língua humana

No que espanta, linguagem



No desespero, há arte e cio

Na barbárie, cultura e ócio

No que maltrata, prece e vício

No que machuca, precipício



Não ver nesse universo a sombra oculta,

No que assombra e apavora o humano tato

Nem sentir no mal e mau nossa labuta

É prolongar o beijo amargo e pestilento



de nossa verdadeira natureza

com a falsa natureza em que vivemos

pois nesse enlace lúbrico nos vemos,

de verdade e falsidade, seres plenos.

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