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Poesias-->Carta da Reencarnação. -- 21/04/2005 - 22:17 (paulo izael) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CARTA DA REENCARNAÇAO.

Paulo Izael





Tudo é maçante e descartável.

Toda a inteligência enfraquece,

Toda a vida padece,

O glamour da existência

Não é infindo e sempre fenece.

O mundo arquitetônico queda em ruínas.

Somente a reencarnação predomina.

Em outra vida, minha existência

Fora intensa, sem prerrogativa,

Mais apaixonante do que você pensa.

Quando eu habitava este mundo,

Era aguçado pela extrema curiosidade.

Daria tudo para descobrir o incógnito.

Queria enxergar por trás do muro.

Quando lá estive, não gostei do vi.

Tudo foi repugnante, um contraste.

Sempre fui ativo, atirado e festeiro.

Onde me encontro, nada mais sou.

Encarnei, desencarnei e desandei.

Agora vagueio a praticar caridades.

Tornei-me um ordeiro e tanto.

Aqui não existe devassa ou vício.

Esta é minha quarta reencarnação.

Nada fiz para ser coberto pelo encanto.

Em breve me chamarão de santo.

Dias desses acordei decidido,

Propenso a descobrir-me.

Descortinei meu estranho mundo.

Mais uma vez detive-me pasmo

Ao defrontar-me com o vazio.

Olhei-me com estranheza e desdenho.

Amaldiçoei a total inutilidade

De todo o meu “eu”.

Desfiz-me mentalmente, implodi.

Reneguei qualquer intelectualidade

Que pudesse resultar em alusão

A concretizar minha utopia.

Vi escorrer a degenerada sensatez.

Encafifei ainda mais as dúvidas.

O desperdício de minha trajetória.

Dias tensos, noites intranqüilas,

Embaladas por madrugadas doloridas.

Uma vida azeda carente de um ideal.

Ainda bem que antevejo a interrupção.

Ouço o tilintar da foice da morte.

É a senhora de negro tomando chegada.

É o tempo encurtando o final da jornada.

Desfaleci num esmaecer atormentado.

Fui acometido por um clarão abrasador.

Não tive duvidas, era o prenúncio

De mais uma maçante reencarnação.

Era mais uma estafante estadia sofrida.

Regada por desilusões copiativas.

Eu, novamente agraciado com outra vida

Que certamente me faria mais caótico,

Absorto no tempo e espaço desenganado.

Porque eu, entre bilhões de pessoas

Fui sentenciado a perpetuar a existência?







E-mail : ranfi@ig.com.br

paulo_izael@superig.com.br



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