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Poesias-->O AMOR QUE POSSUÍ -- 10/04/2005 - 09:27 (Marina Maria Sátiro Bezerra) |
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Por que perfura-me todo o peito?
O que fiz? É amor demais,
transbordo-me no pranto da tua
ausência. Não deixa essa alma soez
que não mais presta por não possuir
nada de bom. Sem teus calorosos
beijos, meus lábios se esvaecem,
e jamais encontram outros iguais.; sem
o teu corpo, o meu perde todo o perfume,
e apodrece por não mais sentir o teu
ardor. Sem ti, enfim, perco todos
meus sentidos e transformo-me em um
ser sanioso, por ser proibida de
amar. O que fazer? Esse amor que me
corrói as veias e me faz reduzir a
pequenos nacos irregeneráveis a qualquer
um. Não despreza este corpo maldito
que clama pelo teu fervor.; que não
vive, apenas sonha em um dia ter-te
novamente. Reduzi-me a nada, perdi
o brio no momento em que meu coração
sangrou, no momento em que meus poros
se escondiam no pus da minha carne,
no momento em que deixaste-me solitária
na minha própria mente, onde não queres
mais habitar. Presa estou em meu mundo
de desgraças, e de imundícies.; e isto
ainda não é nada, pois continuo sem
ter-te. Por que? Por que sem te sentir,
sem te possuir, sou sem importância?
Por que não vivo sem teu ar, se é com
ele que também sinto teu cheiro? Por
que não vivo sem te ver, se é através
de teus olhos que enxergo a beleza de
tuas formas? Por que não vivo sem ti?
Se é a tua presença que me faz permanecer
viva. Não quero nada, nem ninguém,
somente tua sombra me basta, mas até
isso eu deixei escapar. Só queria pelo
menos uma vez ter a chance de olhar-te profundamente, e adentramente possuir-te
aos poucos, tornando-nos únicos neste
momento. Possuir-te com a pureza de
uma flor, jorrando o seu pólen pelo amor. Consumir-te eternamente, pedaço por pedaço,
e se assim não for, que eu ao menos pereça
em teus fortes braços e lentamente penetre
em minha morte um pouco do teu perfume. Isso basta à esta pobre coitada que acabou de
deixar-te, sem jamais esquecer-se do amor
que teve e que um dia voltará a ter.
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