Usina de Letras
Usina de Letras
24 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63161 )
Cartas ( 21349)
Contos (13300)
Cordel (10357)
Crônicas (22578)
Discursos (3248)
Ensaios - (10656)
Erótico (13589)
Frases (51651)
Humor (20171)
Infantil (5588)
Infanto Juvenil (4932)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141277)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6349)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->CANÇÃO DA SAUDADE -- 01/02/2000 - 06:18 (Jademir de Andrade Camara) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Minhas lágrimas são de saudades

Do longo Congo onde nasci.

De lá saí em bando

Para aqui residir.



Meus irmãos também partiram.

Partiram nossa união,

Nossa família, nossa Nação.



Trouxeram-nos para esta terra distante

Onde os brancos,

"Senhores triunfantes",

Nos maltratavam a todo instante.



Meu peito arde na tristeza,

Na lembrança da Terra-Mãe

Onde éramos gente, tínhamos nome

Lá, no longo e bem distante...

Congo.



Na terra dos brancos,

Onde a madeira-brasa ardia

Com o suor e as lágrimas

Que da testa de minha gente corria,

A vida se perdia.



No dia-a-dia da fazenda,

Era o canavial, a roça,

A casa-grande, a moenda,

Em tudo éramos parte,

Mas...

A saudade ardia.



Quando sentados estávamos,

Nas noites quentes deste lado,

Nossa visão era para a África,

Terra distante que nos flatava.



Suávamos tanto em dor

Que até nosso canto era abafado.

Pois nele clamávamos por amor

E não éramos amados.



Nos cantos de um canto,

Nosso Canto, do Congo,

Era proibido.

Dormíamos amontoados -

Dormíamos???

Vinham os senhores e nos levavam

Para os troncos,

Onde nos amarravam

Quando cantávamos em protesto,

E nos batiam.



Nossas gotas caíam até que,

A última gota de nosso ser,

Nosso precioso sangue caía

E...

Noss alma subia.



Na morte reencontrávamos

Nossa Casa, nossa África,

Nosso Chão.

Era nossa liberdade,

Nossa Comunhão.



Estou agora aqui

No tronco amarrado.

Estou agora a partir.

Sinto-me fraco!!!

A ira dele me bate,

Maltrata, me mata.

Minh alma se solta e,

Enfim,

Estou livre!!!



Que saudades!!!

Sinto minhas forças recobrar.

Encontro em bando:

Bantos, Sudaneses... a África!!!

estou no Congo!!!



Para o branco morri.

Apenas meu corpo deixei

Mas é aqui que estou

A esperar por ti:

Vem meu irmão!!!

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui