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Poesias-->Meus Pecados São os Seus (II) -- 23/11/2000 - 07:38 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Torta alma que não se apruma com o dia. Infeliz daquele que não sabe apalpar a luz quando esta surge no horizonte.



Açoites não resumem a dor que arde e pruma na carne de sentir.



Quando nasce o sol surge também o nesgo desespero de que teve a médula e o aparato da luz e dele lhe deixou fugir.



E se levantam gigantes e fantasmas que prendem este pobre espírito na casmurra da noite. Se pelos dedos, que nunca tocou o sol, deixou também escapar sua luz é porque seu espírito está partido em dois e, já desorientado, não sabe de onde vem a próxima mecha.Ou a próxima e densa escuridão.



Perdão não há, pois quando lhe entregam o endosso da vida num prato endourado,este foi negado.



E no oeste da vida o sol se mistura às nuvens negras e tudo se turvou em angustiosas perguntas e pertinazes respostas.Ou mais nenhum som.



É porque em seu corpo não habitam mais fadas nem corrimões de criança.



Se perdeu a fala é porque medra o medo e o desespero.Se nada mais diz é porque de seu interior onde o fogoso sol brilhava , só habitam noites sem nomes.



E se existem normas, que sejam estas quebradas. Se existem dúvidas, que se exponha a verdade.Mas no pôr-do-sol só uma verdade: a tênue e jubilosa luz.



Se nada mais nasce deste corpo, meio infantil meio inocente,meio torto,que se toque a música dos aforas,onde a mudez é imediata.



Na culpa só há uma cabeça e, mesmo alvoraçada por um vento atroz, que se apruma com o castigo do silêncio,ficou apenas um meio-adeus.E mesmo dentro deste adeus não há mais voltas, só idas indefinidas - no caminho que os homens evitam.



Neste prato sem gosto, sem banquete e sem deusas, que lhe açoitem com o pêndulo mordaz do mais profundo silêncio,e que o pecado seja pago.



De hoje e de sempre que a voz que de longe brilhava,agora não se cale e todo homem ou senhora bondosa lhe dê a esmola pedida e a mulher lhe saboreie com o fruto de sua paz e do amor que sabe brota de seu interior.



- Torta alma que não mais se corrije nem com o dia, nem com a noite. E que o beijo que nunca chegou seja entregue as estrelas - dona veroz de seu espírito e de sua grandeza,sua bondade, numa meiga caridade cheia de dengos.



E assim, flutua e açoita dentro dele, a tenaz miséria dos desesperados.





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