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Poesias-->Menino de Pés no Chão -- 02/03/2005 - 14:16 (Israel Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Menino de Pés no Chão



Sou eu o menino do barranco,

Meio confuso, às vezes um tanto

Esperto...

Sem a mamãe por perto,

Ia com a molecada brincar.;

Ora com a pipa,

Ora com o pião...

Em meio a toda confusão,

Brincávamos de

"O Herói e o Ladrão..."

São recordações tristes,

Sou eu aquele menino de pés

No chão,

De talentos,

De sonhos e

Idéias...

Meio complexo,

De gestos moderados,

Atitudes tardias,

Com a barriga vazia,

Chorava por um pedaço de

Pão ou de melancia.

Não importa que seja agora,

Mesmo que demore,

Queria que meninos como

Eu, liberassem seus sonhos

E fantasias,

Não mais por um pedaço

De pão ou de melancia,

Mas, que fossem agora por

Amor, compreensão, pois não

Só de pão vive um ser

Pequeno, pois mesmo sendo

Eu o menino de pés no

Chão, que brincava com a

Pipa e com o pião,

Queria compreender a razão

De tantas discriminações,

Queria ter a liberdade, e a

Igualdade que tem as outras

Crianças bem calçadas, de

Mesa farta e de sonhos

Realizados...

Por que tiraram de mim o

Direito de ser igual?

Eu não sou gente como as

Demais crianças?

É triste saber que fui aquela

Criança de pés no chão,

Desolada e descriminada,

E obrigada a não mais acordar

Desse pesadelo de miséria e

De dor...

Sou eu aquele menino de pés

No chão,

Que também carecia de amor,

Mas a dor era insistente e me

Atormentava, tirando de mim

A caracterização dos meus

Sonhos infantis...

Hoje, estou mais crescido,

E nada se modificou,

Tudo ainda é tão singular,

Pois o meu lar, não sei por

Certo onde está, é muito

Opcional.;

O meu leito é um jornal,

Abrigo-me nos viadutos,

Nas ruas, tudo é muito

Opcional, insisto, e no

Mesmo jornal onde durmo,

Há uma manchete a este

Respeito,

P’ra ser mais claro, está

Escrito:

"Projeto beneficiará meninos de rua"

Quando me deparei com a

Manchete, o meu coraçãozinho

Saltou, mas por sorte, ou

Mesmo por azar, o jornal

Era do tempo do meu

Avô, e ainda aqui estou,

E nada mudou,

Ainda durmo ao relento,

Nada resolveram,

E sofro por estes atos

Covardes de meia dúzia

Que regem a nossa nação...

Até quando terei que viver

Assim?



***

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