Saudades de um Exilado
Ah! Que saudade da minha terra,
Dos altos coqueiros,
Dos pássaros que sobrevoam
O céu azul de anil.;
Ah! Que saudade da viola,
Do pandeiro, do cavaquinho,
Onde eu, o Juca e o Zezinho
Sambávamos ao som do pagodinho.;
Ah! Que saudade do mar alto,
De suas ondas bravias,
Onde a fantasia,
Não respeita a maresia.;
Ah! Que saudade do meu lar,
Da minha família,
Dos amigos, das tardes de
Domingo, e da bola que jogávamos.;
Ah! Que saudade da beleza do meu País,
Do verde de suas matas, do amarelo-ouro de suas riquezas,
Do azul da imensa vastidão
Do céu e do branco de suas estrelas luzentes.;
Ah! Que saudade do meu querido Brasil, terra de
Brava gente, que luta,
Que sofre, que padece, mas, que honra a terra
Dos imortais.;
Ah! Que saudade dos nossos
Poetas, que cantam e se encantam
Com as maravilhas do Pantanal,
Das praias do Nordeste, e das
Mulheres encantadoras, mesmo
Sendo louras, brancas, negras
E morenas, ou até pequenas,
Sabem domar a fera masculina...
Ah! Que saudade do firmamento,
Onde o meu pensamento me
Transportava para bem longe
Do velho e obstinado "EU"
Ah! Que saudade do meu quarto,
Das noites em claro,
Do momento que esboçava
Os meus poemas.;
Ah! Que saudade da chuva,
Que ao cair exalava forte
Pelo ar, o cheiro do nosso
Chão, chão de bravos guerreiros,
Que sem dinheiro, castigados
Pelo sol, mas que na alma,
A nobreza e a certeza de
Dias melhores.;
A minh alma sofre, pois tão longe estou,
Mas declaro todo meu amor por esta terra
Que me viu crescer, e mesmo distante não
Cesso de te enaltecer,
"Terra adorada!”.
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