Pai, Velho Amigo...
Lembro–me de quando
Chamavas–me de Raul,
Pegavas em minhas mãos
E dizias–me:
‘Filho, sei que quando
Cresceres, eu não estarei
Mais aqui ao teu lado,
Mas deixo–te este bloco de papel e
Esta caneta,
Use–os, segure também este violão...’
Pai,
Meu velho amigo,
Não estamos mais juntos,
Mas a saudade agora me visita,
Guardo na lembrança
Os teus ensinamentos,
Teus gracejos, teu carisma,
Tu eras um homem–criança,
De palavras doces e moderadas e
De profundo talento, velho Poeta,
Mal sabias lê,
Mas teus ensinamentos eram sábios...
Pai,
Tantas vezes nos teus braços me abriguei,
Sentindo–me seguro.;
Pai,
Hoje não mais escuto você me dizer:
‘Filho, sente–se aqui e vamos conversar!’
O que há, pai, estou querendo resposta.;
***
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