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Poesias-->escrivaninha -- 30/12/2004 - 23:40 (maria da graça ferraz) |
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escrivaninha
mdagraça ferraz
Estar aqui, no cais
Observar minha barca
aportada, velas de papéis
brancos, hasteadas,
sobre a mesa
Foram tantos mundos
esparramados
que desbravamos, lembra?
Nesta cadeira,
em que vi o sol nascer
pela primeira vez
no horizonte imutável
de mim mesma
*****
Aventurei-me demais
além da vida-morte,
esbravejei contra os
deuses da guerra -paz
" Haverá outra revolta
caso não me derem respostas"
Ó eu, a indomável!
Ó eu, a desmemoriada!
Apesar dos castigos,
ainda restam vistas
para o mar - o indecifrável!
*****
Pois , digo-vos,senhores,
que eu fundei um lugar
e dei-lhe um nome : " onde"
Gente que como eu
possui um cais
como lar, sempre
é receptiva ao que
chega e ao que vai,
sempre parte para onde
e sempre retorna do onde
Porque tudo que
passou e passará
vai me levar junto
sem eu sair do lugar
Ah, o meu"onde",
onde mãos brancas,
de uma amurada,
soltam uma folha
com um poema meu
escrito na escuridão
Não assinado!
Nunca assinado!
"Onde"
um silêncio soluça
preso, desdentado,
como um navio solitário
Ah, escrivaninha,
merecias ser naufragada
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