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Poesias-->humilde -- 30/12/2004 - 23:33 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Humilde



mdagraça ferraz











Ela possuía



uma caixa cheia



de escuridão bonita



Às vezes, quando sacudia



a caixa, caíam luas novas



e coisas que ninguém sabia



Ah, Maria



E sua caixinha



Tão virgem! Tão inocente ainda



Maria, a não aberta!



Um dia,



decerto, a caixinha



se abriria,



como um botão de flor,



e ela sangraria



pelas pernas brancas



E ficaria assim:



Colorida.Desvendada. Alegre.



Como as coisas à beira



dos caminhos dos homens



Que ninguém sabe



quais coisas as coisas são



Sublimes. Humildes.



Cedendo passagem à procissão



de filhos tristes



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