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Poesias-->Céu de Morto -- 30/12/2004 - 09:31 (José Ernesto Kappel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O comprador vem

sempre

a minha casa:



um sobrado de

léus,

que

abarrota minha vida,

até tocar

o céu.



ele quer

de tudo

comprar:

minha paz

e tranquilidade

e oferece,

de agrado,

uma mulher

por cem

quantidades.



um dia acabo

comprando:

vai servir,

pelo menos,

pra amor

de graça

fazer,

e agora

sem cobrar.



o comprador

que se cuide:

não sou narrador,

mas sou homem

vibrador!



um dia compro

pra acabar

com essa

danada

de solidão,

da falta

do terna,

e de gente,

pra amar

toda hora.



tudo por falta

de amor

grosso e eterno.



mas sou bom

nadador,

não me afogo

mesmo se for

água na cisterna.



um dia eu

compro!

essa mulher

que já tem tudo

pronto!



é um armarinho

de novidade

e se inflama

por qualquer

dinherinho

de qualidade !





mas hoje

faço

festa.

são doze

dores

que emprego!



dó daqui,

dó dali,

dói tudo

feito

um falso

faquir.



por isso

me emprego

na solidão,

que bons

homem

vendem na

esquina da vida

que fica logo ali:



cruzando a avenida,

você vê

uma luz tosca

e emperdernida:



sou eu,

fazendo

hora prá morrer,

fazendo gestos

de quem só amou

na fazenda

dos aprendizes.



mas, aprendi

a lição,

quando

na próxima

vida

vier:

velho mulher!



e não dou de

colher.

vou fazer

igual:

matar os homens

de azul

com meu véu

da traição !





mas hoje é meu

dia

de

me esconder

atrás de meu

espírito.



carrego

um espelho

e reflito

nele o que

fui.



um mal esprego !



dei minha vida

por ela

e, bem depois,

fui posto

à venda

no amarinho

dos zendas !



as doces!

mulher

que me despreza.



e só tem

um motivo.



fiquei velho

ardido e

do trampolim

só pulo de bóia.



porque?

dilema meu!



antes era

esbelto e voador!

hoje sou

palha

de fazer fogo,

do tamanho

de um café

feito, sem coador !



passei do

tempo!

passei a

ser

rio

que não faz

enchente.



sou mestre,

sou rei,

sou príncipe

dos favores!



e ela

disso

não gosta

e já disse:



homem que é

homem

o vento não

leva.

homem que é homem

só prega!



e foi embora

sem reza.

me deixou

de pele rasa,

de saudade,

sozinho

feito anta

acuada!



hoje só sento

no patamar

da varanda

e medito:

como era bom

o tempo

que eu

brincava

de criança

e amava

feito um gigante!





já vivi

o que tinha

de todo

render.



hoje passo

na vida

igual

aço congelado:

eu prá cá,

ela prá lá.



que fazer?



tal tempo

é mesmo

implacável :

come a gente

e, de

sobra,

carrega

nosso amor

e nos deixa,

sem santo,

chorando

nas trevas !



hoje sou

homem de

sorte

batida !



vou reencontrar

minha amada

que veio

de

carruagem,

lá dos

pampas

só pra me

ver,

mesmo

com toda

esta friagem.



felicidade

minha!



hoje sou

visto e

chegado.



à mulher

empanada

de brios,

vem só me dizer:



amor,

de um dia,

não dá mais:

nosso eterno

amor já

morreu.



eu, muito

escolado,

vou replicar:



cobra-de-pico

só vêm

uma vez.



e quando

bate fica!



tô assim:

espero

você com

todo carinho.



mesmo, lá no

fundo do poço

da alma:



perdi essa

mulher.

e outra

mal encontro

de novo.



é a mulher da

vez,

que na sua vida vem,

e, nunca mais,

de formosas,

outras,

assentam,

nos pilares

do vento.



se perdi,

foi com

honra.



se ganhei,

foi um

par

de descalsos

que se chamam

em teoria

dos poucos,

solidão

de toda

falsa!



dor de

sem ninguém.



beiro lá

a saia dela

para ser

comido

na fila

dos que

esperam

pelo cadafalso !



sou contristo

e

de

fé.



abuso

um pouco

da sorte

quando baté

no meu pé.



tenho vinte anos

atrás.

e ela beira

os abusos

dos trinta.



por isso

velha ela está

ficando.



eu, contristo,

vejo

a bela

mulher

desmoronar.



por isso,

pra evitar

contratempos

acendo,

por ela,

uma vela,

e peço

também

ao vento:



faça dessa

mulher

uma

colher

de chá:



mas, se de

todo,

o tempo

eu infringir,

mal não faz,

porque a

quero

de qualquer

maneira.



meu amor

já não idade:

se somos

passados

ao fogo

do tempo,

brincamos assim

mesmo:



de eu te amo,

você me quer.



mas nós não nos

amamos mais:

viramos

cera de derreter,

viramos

fogo de

apagar !



Por isso hoje,

dia de santo,

brincamos

de céu.



um céu azul,

todo torto,

que até

parece

morto !

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